Teve
início na manhã deste sábado, 16, o Encontro Nacional da Vida
Monástica e Contemplativa, uma organização da Conferência
Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB), a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil(CNBB) e representantes da Vida Monástica e
Contemplativa.
O
encontro acontece no Seminário Santo Afonso, dos Missionários do
Santíssimo Redentor(Redentoristas), na cidade de Aparecida-SP.
Os
religiosos, cerca de 200, deram início as atividades com a oração
da manhã (laudes) presidida pelo Secretário Geral da CNBB e bispo
auxiliar da arquidiocese de Brasília,, Dom Leonardo Steiner e
concelebrada pelo presidente da Comissão para os Ministérios
Ordenados e a Vida Consagrada e arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito
e o bispo referencial para a Vida Consagrada e bispo auxiliar de
Porto Alegre, Dom Jaime Spengler.
A
abertura foi feita pelo secretário geral da CNBB, D.Leonardo Steiner
que conduziu o momento. Participaram da mesa o prefeito da Sagrada
Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades
de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz, o presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e arcebispo da
arquidiocese de Aparecida, dom Raimundo Damasceno, a presidente da
Conferência dos Religiosos do Brasil, Ir.Márian Ambrósio, o
presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida
Consagrada e arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito, o monge
cisterciense e abade emérito da Abadia Nossa Senhora de Hardehausen,
em Itaporanga, D.Luiz Alberto Ruas Santos e a abadessa beneditina do
Mosteiro do Salvador, Me.Vera Lúcia Parreiras Horta.
Em
sua fala, D.Raimundo deu as boas-vindas aos participantes e
manifestou a alegria
em acolhê-los na Arquidiocese de Aparecida, destacando que a vida monástica e contemplativa é fundamental para a Igreja.
em acolhê-los na Arquidiocese de Aparecida, destacando que a vida monástica e contemplativa é fundamental para a Igreja.
“A
Igreja depende da oração e intercessão dos religiosos de vida
monástica e contemplativa. Assim como a vida de Cristo em Nazaré,
os contemplativos vivem no escondimento, na humildade, no silêncio
de suas clausuras”, disse.
“A
grande marca, a grande riqueza deste evento se concentra num fio de
ouro, que às vezes suave como um sopro, às vezes violento como uma
tempestade tem força de nos converter: a Palavra de Deus, fonte de
cada oração de toda a nossa espiritualidade. Essa Palavra é como
uma espada de dois gumes, ela nos atinge e é como um fogo que arde
em nós, como a chuva que só volta ao seu lugar depois de ter
cumprido a missão de fecundar a nossa vida. Deixemos o nosso coração
escancarado à ação do Espírito Santo.O amor foi a base para fazer
acontecer este encontro. Era o nosso grande desejo realizá-lo.”
Com esta afirmação, a presidente da CRB, Ir.Máriam Ambrosio a
abertura do encontro e relatou também, uma breve memória
da mudança da CRB para Brasília, após 54 anos no Rio de Janeiro e
os encontro do Programa de Formação para a Vida Monástica e
Contemplativa.
Esse
encontro somente foi possível graças à aprovação e licença
especial concedida às religiosas de clausura pelo prefeito da
Sagrada Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as
Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz.
O
cardeal manifestou a satisfação de deixar Roma para estar neste
encontro. “Estava ansioso por estar aqui. Sempre amei os
religiosos. E em minha pessoa sintam-se abençoados pelo Santo Padre
Bento XVI”, se expressou.
Dom
Pedro Brito comentou o empenho da CNBB, da CRB e da Comissão na
organização
e realização deste encontro. “Estamos a serviço de todos estes organismos e desejamos que a vida monástica e contemplativa atinja maior visibilidade na vida da Igreja. Provocar neste mundo que existem outra formas de vida. Não nos esqueçamos da dimensão mística, vivendo só do ativismo”, completou.
e realização deste encontro. “Estamos a serviço de todos estes organismos e desejamos que a vida monástica e contemplativa atinja maior visibilidade na vida da Igreja. Provocar neste mundo que existem outra formas de vida. Não nos esqueçamos da dimensão mística, vivendo só do ativismo”, completou.
O
biblista e bispo emérito de Mogi das Cruzes, D.Paulo
Mascarenhas Roxo refletiu sobre o lema do encontro: “Nossa
Pátria é o céu!” (Fl 3,20). Nesta iluminação bíblica, D.
Paulo provocou os participantes com a pergunta: “Será que percebem
o céu em nossa vida?” ser cidadão do céu não aliena nem afasta
nunca o cristão da realidade crua, às vezes, dura, da terra, dos
irmãos da terra, do mundo de aqui em baixo.
Cidadãos
do céu sonham realizar um mundo com o perfume do céu, da sua
beleza, da sua paz, do seu amor, do seu Deus, do seu Senhor. A
vida contemplativa é profecia que proclama que toda realidade
carrega uma dimensão de céu. Nossas comunidades, nossos
mosteiros, nossos eremitérios são testemunhas do céu, buscam uma
pequena parte da vida de céu, já aqui na terra, sonham ser
verdadeiros cidadãos do céu”, confirmou.
Para
dom João Braz, a Vida Religiosa deve manter vivo no cotidiano de sua
existência alguns elementos fundamentais para a vivência da
santidade: a experiência profunda do amor de Deus, a dimensão
trinitária que nos inspira na vivencia da fraternidade com o outro,
o diferente, o contexto atual e a obediência religiosa.
“Como
religiosa (o), preciso fazer a experiência do amor de Deus. Deus é
amor. Nos tornamos consagrados para responder a um olhar de amor que
Deus teve por nós. Nos fez deixar tudo porque valia a pena. Brasa.
Deus é comunidade. Ele resolveu desde sempre o problema da
diversidade. Somos imagem de que Deus nos amou (Gn 2,27). Deus criou
homem e mulher. Um não é menos que o outro. Deus nos criou à
imagem do amor. A vida inteira é uma busca do amor. Às vezes,
erramos onde procurar o amor. Voltar ao relacionamento de amor e nos
perguntar: Quem é o outro para mim? O outro é um problema para mim?
O outro é a grande oportunidade de eu gerar o outro que é Deus e eu
só posso gerar sendo dois. O amor é Deus. O outro me dá a
possibilidade de experimentar o amor. Amar o outro como ele quer ser
amado. Julgar pertence a Deus”, relatou.
Dom João disse também que o exercício da obediência é exercício das duas partes
envolvidas de perceber e buscar qual é a vontade de Deus. Para ele o
superior precisa ter clareza e discernimento para saber se o que ele
vai dizer ou sugerir para seus irmãos(ãs) é de fato a vontade de
Deus, pois o poder só tem sentido se é serviço e se não massacra
a pessoa do outro. O súdito, por sua vez, não deve pecar por
omissão. Não ajudar o superior a discernir a vontade de Deus,
expressando seus sentimentos, é, segundo ele, prejudicial para que o
desejo de Deus se torne realidade.
Partilhas
em grupos e diálogos com os conferencistas, a Celebração
Eucarística no final da tarde e um momento de vigilia, completaram
as atividades do dia.
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